domingo, julho 20, 2008

não se torne você também um criminoso

e não deixe que os seus filhos, vizinhos, amigos, e praticamente todo mundo que você conhece e acessa a internet caiam no crime também. Passa aqui e assina esse troço. É sério.

sexta-feira, julho 18, 2008

hilaridade involuntária

dum artigo da Science sobre transtorno bipolar em crianças, citando declaração da ex-atriz mirim Patty Duke num congresso de psiquiatria, descrevendo as agruras pelas quais passou devido ao atraso em receber o tal diagnóstico:
"Former child star Patty Duke, now 61, was diagnosed with bipolar disorder at the age of 35. In her late teens, she told psychiatrists at their May meeting, she experienced “eruptions of temper alternating with taking to bed for months at a time, getting up only to go to the bathroom and attempt suicide.”
(negritos meus)
ok, pode ser trágico, mas também foi a coisa mais engraçada que eu li nos últimos tempos. Aliás, parece algo saído diretamente de um filme do Woody Allen. Aliás, não duvido que tenha sido ele que tenha escrito o roteiro do tal depoimento pro analista dele levar pro congresso.
(e, já que eu tô no assunto, alguém pode dizer que alguém que vai a público na frente de centenas de psiquiatras com uma frase overthetop dessas realmente ficou muito melhor depois de tratado? Tipo, isso me parece o pico do pico da megalomania histérica. Mas enfim, talvez aí eu já esteja entrando na minha própria implicância com o sistema. For now, let's keep it just for laughs)

segunda-feira, julho 07, 2008

razões pelas quais a volta é a maior das viagens

andar no meio dos restos e olhar o lado de fora das coisas que se costumava ver de dentro. Descobrir aos poucos que o lado de dentro persiste impregnado de sentido, mas invariavelmente feito em pedaços, uma sugestão de um cheiro familiar, um meio sorriso, uma inflexão de voz, o jeito que a neblina dá lugar ao sol. Viajar com ares de turista por lugares familiares, caminhar pela terra semidevastada e deixar a luz entrar pelas rachaduras, pra ver se em algum lugar surge alguma sombra nova. Trocar a rigidez da geografia real pelo fluxo da geografias internas, países pelas linhas da mão, continentes por oceanos de lembranças. Ver o mundo em cacos e não ter pressa em preencher o espaço. E construí-lo de novo devagar, sem a pretensão de fazê-lo a partir de tábua rasa como o pintor abstrato, nem a partir de um modelo qualquer como o retratista. Mas sim como o mosaicista, fazendo uma colagem dos pedaços que restam dos sentidos antigos, dos que explodiram e dos que permanecem, dos pedaços da cidade nova e dos da que se foi, pra criar algo novo a partir das mesmas peças de sempre. Que no fundo é o que a gente sempre faz, porque afinal de contas é a única opção que o mundo nos dá. Apenas algumas dentre as muitas razões pra que as voltas costumem ser viagens muito maiores do que as viagens em si. Espero que continuem sendo.