se você fizer um filme e ninguém assistir, isso não faz de você um artista.
do mesmo modo, se você fizer um filme e conseguir que ele passe num festival de cinema alternativo, numa sessão no meio da tarde de um dia de semana em que não mais que uma meia dúzia de pessoas vão chegar a assistir, isso também não chega a fazer de você um artista.
por outro lado, se você alardear pra não sei quantas centenas de pessoas via facebook, twitter, blogs e congêneres que seu filme está passando no CCBB, mesmo que nenhuma delas vá assistir, pelo menos uma parte razoável delas vai saber que você está fazendo cinema. Provavelmente uns tantos farão perguntas. Talvez alguns até comecem a apresentá-lo como cineasta. E paradoxalmente, num mundo em que todos os outros critérios caíram por terra, é justamente isso que acaba fazendo de você um artista. Pelo menos aos olhos dos outros.
vai entender.
feito o preâmbulo, era só pra dizer que “Um Filme Brasileiro”, minha pequena pílula cinematográfico-conceitual agora elevada à categoria de clássico, tá passando em uma das sessões retrospectivas da 10ª Mostra do Filme Livre, evento massa que tá rolando nos CCBBs do Rio e de São Paulo nas próximas semanas. O filme passa nos dias 25/03 (RJ) e 27/03 (SP) às 16h, mas tem bastante outras coisas legais na mostra (inclusive o Ainda Orangotangos, no qual também fiz uma pontinha). Vale a pena conferir o programa.
e pra quem não puder ir, o filme também tá no youtube, by the way – é só seguir o link no canto superior direito desse blog. Mas isso já não tem a mesma graça. E nem vai fazer de mim um artista.
novamente, vai entender.