não fosse a citação ao mestre lá no meio disso aqui, talvez tivesse passado batido, ao menos pra mim. Mas agora tudo me parece claro como a luz do dia. Michel Houellebecq e Bernardo Soares são a mesma pessoa. A mesma depressão melancólica. A mesma visão clarividente e desiludida do mundo. E a mesma lógica ferrenha de guarda-livros (ou engenheiro agrônomo), tão inquebrável e desprovida de ilusão que chega a ser míope de vez em quando. Aliás, por acaso alguém já viu os dois juntos numa mesma sala?
verdade que com o tempo (e a reencarnação), tio Bernardo parece ter perdido o pouquinho de capacidade de transcendência que ainda lhe restava quando o Esteves passava do outro lado da esq... (oops, isso foi o Álvaro de Campos). Mas certamente compensou ganhando vários pezinhos no mundo. Além de uma capacidade pra escrever cenas de sexo sanitizado e desinfetado de sentimento que teriam feito Ofelinha corar. A idade não lhe cai mal.
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