domingo, maio 30, 2010

novas roupas coloridas

como dizia a minha mãe, e também aquela outra menina que chamava o mensageiro da caridade pra levar as minhas coisas embora no meio da tarde, eu sempre tive uma puta dificuldade pra esvaziar o meu armário. Por outro lado, ao contrário do que dizia o belchior, o passado é uma roupa que continua quase sempre me servindo. Ainda que eventualmente eu tenha que me apertar um pouquinho dentro dela. E somando todos os figurinos que vão se acumulando pelo caminho, eu sinto quase como se pudesse acordar de manhã e escolher a idade com a qual eu quero viver o dia. E também como se todo fim de noite eu chegasse em casa e me despisse dela, e deitando no colchão inflável assumisse a idade que levo colada no corpo, que a essa altura nem eu mesmo sei direito qual é.

terça-feira, maio 25, 2010

i'm not there

não sei porque achei que devia compartilhar isso, mas em egosearches recentes a função autocompletar do google tem sempre me sugerido "olavo amaral medicina" e "olavo amaral médico" como opções. Como se alguém lá fora andasse procurando o meu nome e resolvesse refinar a busca depois de bisolhar os primeiros hits, talvez por não achar que eu fosse médico. Ou, melhor ainda, por não achar que eu fosse eu. Vai saber por quê, mas ambas as possibilidades me orgulham pra burro.

quinta-feira, maio 13, 2010

regras pra justificar uma exceção

sempre desconfiei do conceito de “music video”. Tanto no que diz respeito a videoclipes (ai que palavra mais século passado...) como a DVDs de shows ou a imagens randômicas pra acompanhar música nas mais variadas mídias. Pura e simplesmente, nada contra a idéia em si. Mas nunca me pareceu algo que olhar alguém tocando um instrumento numa tela adicionasse suficientemente à música pra que justificasse o marketing em volta.
e no fundo, no fundo, esse troço de botar imagens em música sempre me pareceu simplesmente empacotá-la pra tornar algo vendável. Primeiro passando videoclipes na TV, que naturalmente é um veículo de publicidade muito melhor do que o pobre rádio. Depois com o ridículo advento dos “DVDs de shows” (e DVDs em geral) que alguém empurrou goela do público abaixo como algo a ser comprado (alguém lembra de alguma vez ter comprado uma fita de videocassete? Pois como diabos convenceram a geral que a mesma coisa numa mídia diferente era algo pra comprar?). E sem vender nada, mas ainda por força do mercado, hoje em dia se abate sobre o mundo uma terceira onda de vídeo forçosamente acoplado à música. Meramente porque por razões obscuras, compartilhar vídeo em streaming tornou-se fácil e universal enquanto fazer isso com áudio nunca chegou a ficar tão simples assim. Fazendo com que hoje em dia o jeito padrão de mostrar uma música pra alguém online seja mandar um link do Youtube. O que seria ótimo, não fosse o fato de que 95% dos vídeos feitos por pessoas bem intencionadas que devidem compartilhar suas músicas são sequências toscas de imagens piegas que eu jamais teria coragem de enviar pra ninguém.
enfim, só pra dizer que o excesso de imagens que não acrescentam nada às vezes cansa. Mas só pra dizer também que sempre tem uma exceção. Essa em particular transtornou meu dia por várias horas no início da semana depois que algum obcecado jogou no meu twitter. E o pior de tudo é que fica bem melhor em alta definição. Chamem-me de vendido. Mas sei lá, devem ser as mãos.

segunda-feira, maio 03, 2010

procura-se

algo inútil e urgente pra fazer. Logo.