conviver com a renúncia: aceitar a ideia de esvaziar a mente pelo dia inteiro, ignorar a sedução do ruído, deixar o espaço livre. Pra depois de horas, com sorte, escrever um punhado de frases que pareçam simples, mas que contenham em si todo o silêncio do dia. E habituar-se com o risco inerente ao artesanato, de que o tempo passado esperando a palavra possa se escoar sem que ela venha, e se transforme tão somente em preguiça e espaço. Em mais um dia perdido, mas no fundo tão dedicado ao trabalho quanto todos os outros.
2 comentários:
Bah, mas que bonito bonito esse, esse cheio de prosa e poesia, melancolia e percepção...
Estou indo em busca da preguiça, do silêncio e da poesia. Adorei, como sempre!
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