sábado, janeiro 28, 2006

o holocausto é fichinha perto do discovery channel


não agüento mais ouvir gente incomodada com a civilização vindo com uns papos tipo "olha os animais, como eles são felizes". Será que eles nunca pararam pra ver o Animal Planet? Sério, ver documentário de bicho me dá um aperto no coração. Acho que em nenhum lugar a maldade do mundo é mais aparente e escarrada. Prum coração realmente sensível, a Hora Selvagem do Discovery é bem pior do que qualquer Édipo Rei ou troço do gênero. É a tragédia da existência sem intermediários, encenação ou deus ex-machina. Só vida e morte mesmo, sem melodramas a mais. E já é foda. E o mais engraçado é que os temas recorrentes no fim das contas são os mesmos da (boa) arte. A violência da existência, a fatalidade do mundo, a resiliência do ser vivo, e meio que só. E a minha única conclusão possível é a óbvia: pingüim, sapo, gente, tudo um bando de cadeias de carbono apodrecendo no meio do mundo. Sem idílio na terra, até onde eu saiba.

terça-feira, janeiro 24, 2006

música para acampamentos, com um pouco mais de barba

cortado e colado do cifra club
"Confira a seguir a lista dos artistas mais acessados no Cifra Club:
1. Los Hermanos
2. Legião Urbana
3. Engenheiros do Hawaii"
e assim vai...
Massa. Agora parece que finalmente aqueles que se dizem da minha geração vão poder chegar numa roda de violão de adolescentes e ter a oportunidade de sentir que envelheceram. Ou ao menos vão sentir vergonha de pedir "toca pais e filhos". Porque, se nada mais muda sob o sol, pelo menos a música para adolescentes sensíveis tocar em excursão de ônibus ou churrasco de turma já não é a mesma. Como colocaria, tio Darwin, pressão evolutiva. Já é um começo.

segunda-feira, janeiro 23, 2006

perigoso demais pra sociedade capitalista

o autor confessa que não sabe mais o que fazer pra ter esse blog indexado pelo google, depois de ter enviado a URL pra deus-pai umas cem vezes. De modo que decidiu adotar oficialmente a explicação descrita no título desta postagem, que o fará dormir feliz e contente hoje de noite.

sábado, janeiro 21, 2006

dá-lhe ordem alfabética

porque ela de fato é um troço massa. Acabei de passar na livraria cultura e descobri que por esses desmandos do acaso o "Amaral, Olavo" fica imediatamente depois do "Amado, Jorge" na sessão de literatura brasileira. E, porra, se meio por cento do público do cara respingar em mim depois de folhear os livros dele, acho que já dá pra morrer em paz.

quinta-feira, janeiro 19, 2006

meu agadê acessório é minha arcada dentária

alguém acaba de me mandar uma mensagem no soulseek perguntando se eu era de porto alegre. Eu respondi que era óbvio. E é pior do que isso. Porque, com oitomilsetecentasesessenta músicas no computador e um pouquinho de análise combinatória, a conclusão é que o meu agadê acessório é praticamente a minha arcada dentária, se alguém um dia quiser me identificar.

terça-feira, janeiro 10, 2006

autodivulgação é um troço infecto


mas só pra quem possa eventualmente estar se perguntando, o Estática (vulgo meu livro) tá a venda na Palavraria, Livraria do Arvoredo, no IEL, na Beth Livros do HCPA, em uma que outra tabacaria e na Livraria Cultura (inclusive pra ser encomendado online de qualquer lugar do Brasil, no conforto da sua casa), e em todos esses lugares custa míseros 10 reais. Pelas minhas contas, dá menos de dois Big Macs. E, na pior das hipóteses, dura mais e não esfria.

quinta-feira, janeiro 05, 2006

não fumo, não bebo, não cheiro, só sou um pouquinho fiel


cientistas malucos na flórida andam dizendo que as bases neurobiológicas da monogamia funcionam mais ou menos que nem às do vício em cocaína. Pra isso, eles pegaram umas marmotas da planície (uma das 3-5% das espécies de mamíferos monógamas, segundo o artigo - não sei se o número inclui os seres humanos, mas é pouquinho igual) , aparentemente um bicho fiel pra burro, e mostraram que injetando agonistas de receptores dopaminérgicos num troço chamado "núcleo accumbens" (fica no cérebro) eles conseguiam, dependendo do receptor, fazer os bichos se apaixonarem à primeira vista sem nem darem uma trepada (o que normalmente não acontece nem com as marmotas, só com patinhos como o que vos fala) ou então caírem na putaria sem culpa. E parece que a diferença das marmotas da planície pras marmotas dos prados (umas sem-vergonhas que não formam casais e chegam em casa bêbadas todos os dias) é simplesmente a concentração diferentes dos tais subtipos de receptor. Enfim, não que isso queira dizer nada. Mas como disse um amigo meu, do jeito que anda a indústria farmacêutica, daqui a pouco vai ter mulher abrindo uma caixinha de "Fidelis" e dissolvendo um comprimido na tua cerveja sem tu ver. A coisa não tá fácil.