...e ainda assim o mundo me enche o saco
(do patético "Caderno Equilíbrio" da Folha de São Paulo, 31/8/06, reportagem "Chega de Barulho"):
" Exposição constante a sons altos, música inclusive, aumenta produção de endorfina e pode levar à dependência...
... A endorfina é analgésica, suprime a dor, suprime a punição que a pessoa sofre, e isso é condicionante de comportamento. Quanto à noradrenalina, ela é prazerosa, o que leva a pessoa a repetir esse tipo de comportamento. Esses mediadores químicos provocam uma ativação cerebral e combatem a depressão nervosa...."
Conclusão natural do parágrafo acima: "vá ouvir música alta", certo?
Não! Não para o Caderno Equilíbrio, porque aparentemente a liberação de substâncias prazerosas no corpo parece ser muito perigosa. Como explica um psiquiatra mais adiante, "tudo que é prazeroso pode levar ao vício." Ah, bom.
Ou seja, agora que meter o pau no tabaco e no álcool já nem tem mais graça, resolveram que a gente tem que ter muito cuidado com música alta. E não porque ela deixe surdo, ou algo assim, mas porque... ela causa prazer. Puta que o pariu, que medo.
(sinceramente, só me resta lamentar por um mundo que envereda pra esse lado. E mandar esses ridículos psiquiatras equilibrados irem comer biscoito de arroz integral com fluoxetina e deixarem os seres humanos em paz. Ou então que irem tomar uns porres e vomitar no meio-fio, sei lá. Faria um bem danado pra eles)
(e, bom, já que música alta não pode, talvez eu tente a cocaína)
Um comentário:
Agora já sei que fim levou minha Folha de quinta... Peguei um exemplar emprestado de um vizinho que tá viajando e a reportagem me fez pensar em ti. Queria comentar contigo, mas foste mais rápido. Só não esquece da tal de hiperacusia e do neuroma do acústico, viu?! Melhor comer chocolate...
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