terça-feira, dezembro 19, 2006

breviário de uma ponte aérea comprida

todos os posts que eu teria colocado anteontem se já tivesse internet na estratosfera

(a) agradecimentos à Organização Mundial do Comércio e às Leis de Propriedade Intelectual
pela oportunidade única de ver as economias de pessoas doentes serem revertidas para entreter o meu vôo de San Francisco pra Miami com anúncios televisivos de homens de meia idade felizes recomendando remédios pro colesterol, antialérgicos e descongestionantes nasais. Era exatamente o que eu queria ter de volta por toda a grana que já gastei em Claritin D na vida. Sério, como diabos o mundo pode ter sido convencida de que a grana que se gasta em remédio serve pra fazer ciência?

(b) frases que eu gostaria de ter dito mas deixei a oportunidade pra alguém mais (i)
“If you’re a creative doctor, someone dies and you get sued”
(um certo Miles Beckett, ex-residente de cirurgia plástica e atual co-criador do bizarro fenômeno pop chamado Lonelygirl15).

(c) gestos brilhantes de autopromoção gratuita (i)
se algum dia eu for grande o suficiente em qualquer coisa pra despertar a ira dos críticos, eu juro que quero fazer igualzinho a esse cara. A história tá na “wired” desse mês.

(d) aliás
você sabe que o mundo anda estranho quando as tuas fontes sobre cultura pop passam a ser as revistas de informática.

(e) e por fim, um último comentário sobre idiotas correndo atrás duma bola do outro lado do mundo
tal como eu disse na alfândega, tão logo terminei de assistir o jogo no desembarque internacional, nada a declarar.

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