"As três bandas [Mombojó, Móveis Coloniais de Acaju e Teatro Mágico] levam adiante a bandeira da "autenticidade" propalada pelos [Los] Hermanos. Algo que, na música, se traduz numa atitude calculadamente despojada e na pose de quem "não se vende ao sistema". O Mombojó até se vincula a uma gravadora - mas uma que ainda mantém certa aura alternativa, a Trama. Nos três casos, contudo, a estratégia de divulgação é de guerrilha. Elas disponibilizam todas as suas músicas de graça na internet e usam os shows como principal fonte de renda (e também como canal de venda de seus discos). ("Os remelentos do rock"; Revista Veja, 08/08/07)
Francamente, isso é o fim da picada. Num mercado em que as gravadoras quebraram de vez, sem perspectiva de volta, e não tem dinheiro nem vontade de investir em nenhum artista cujo nome não comece com "Ivete" e termine com "Sangalo", muito menos de tentar vender CD a menos de 30 reais, os músicos começam a encher o saco desse mercado falido e estúpido e resolvem botar o seu trabalho na internet de graça pra não depender de executivo engravatado (e pro público não depender de grana pra ter acesso ao trabalho). E, tcham-tcham-tcham-tcham, qual é a resposta da mídia? Obviamente, meter o pau nos caras por estar "fazendo pose" de independente, "autêntico" (as aspas não são minhas), e ainda por cima metido a esquerdista. Dá vontade de vomitar. Em todo caso, acho que esse é o legítimo testamento do quão fundo no poço chegou o conceito atual (ou passado) de indústria cultural. E uma demonstração surpreendente de que pelo menos uma parte da mídia está disposta a acompanhar essa massa falida de parasitas até ela sair pelo outro lado do planeta terra.
4 comentários:
E por falar em disco, eu tô pensando em participar de um concurso de cinema para cidades pequenas e aproveitar a grana do filme prá fechar a minha foss..., quero dizer, terminar o disco dos Cartolas de uma vez por todas.
o disco tá pronto, meu rapaz. É só largar no soulseek que ele passa a existir.
Parabéns pelo texto!
De acordo!!!
hmm album do cartolas.. boa notícia!
sobre o texto não preciso falar nada não sobraram palavras nem para completar essa verdade.
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