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pobre gosta é de luxo, já dizia
Joãosinho Trinta. Talvez isso explique porque o vendedor de balas e bombons embarque no ônibus aqui do Rio anunciando a promoção “Luxo, Qualidade e Confiança”: dois bombons Serenata de Amor a um real, dez balas de menta a um e cinquenta, e outras coisas que não ouvi porque estava anotando o slogan da promoção. E esse tipo de coisa por sua vez talvez explique porque no mesmo Rio haja gente que reclame que já não existem luxo e glamour como antigamente. O povo sequestrou o luxo e o estendeu a absolutamente tudo. Inclusive promoção de bala no ônibus. E se promoção de bala no ônibus pode ser luxo, então tudo pode. O que, pessoalmente, me parece o maior de todos os luxos.
2 comentários:
Há muitos intelectuais pobres.
concordo. Mas a frase "quem gosta de miséria é intelectual rico, pobre não intelectual gosta é de luxo" não tem a mesma graça, como bem sabia Joãosinho. Literatura é a arte de aproveitar as simplificações toscas e preconceituosas do leitor pra não precisar dizer mais do que o necessário. Pra bem ou pra mal, funciona.
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