terça-feira, outubro 27, 2009

quem gosta de miséria é intelectual

pobre gosta é de luxo, já dizia Joãosinho Trinta. Talvez isso explique porque o vendedor de balas e bombons embarque no ônibus aqui do Rio anunciando a promoção “Luxo, Qualidade e Confiança”: dois bombons Serenata de Amor a um real, dez balas de menta a um e cinquenta, e outras coisas que não ouvi porque estava anotando o slogan da promoção. E esse tipo de coisa por sua vez talvez explique porque no mesmo Rio haja gente que reclame que já não existem luxo e glamour como antigamente. O povo sequestrou o luxo e o estendeu a absolutamente tudo. Inclusive promoção de bala no ônibus. E se promoção de bala no ônibus pode ser luxo, então tudo pode. O que, pessoalmente, me parece o maior de todos os luxos.

2 comentários:

de Souza disse...

Há muitos intelectuais pobres.

olavoamaral disse...

concordo. Mas a frase "quem gosta de miséria é intelectual rico, pobre não intelectual gosta é de luxo" não tem a mesma graça, como bem sabia Joãosinho. Literatura é a arte de aproveitar as simplificações toscas e preconceituosas do leitor pra não precisar dizer mais do que o necessário. Pra bem ou pra mal, funciona.