segunda-feira, novembro 28, 2005

pequena palavra sobre o autor

brasileiro mas parecendo um europeu raquítico, solteiro mas amalgamado, guri pra caralho mas com um incômodo ponto branco na barba, transparente feito um jarro de água mineral, incapaz de se tornar um intelectual pela cara permanente de bobão, taquilálico, taquigráfico e taquipsíquico, tendo superado a ejaculação precoce por puro milagre, vivendo na casa dos hamsters, enxergando fantasmagorias nas paredes, carente de dias frios pra se ficar no sol, perplexo com o preço do plástico, polímata por vocação, lançando um livro essa semana, nascido na fofolândia, movido a correnteza, destinado à perda de audição induzida por ruído, hipotenso quando esfomeado, descrente de sexo tântrico e lésbicas bonitas, decorou as constelações com sete anos pra ser sedutor quando adulto, segue convencido de que não adiantou nada, ex-primeiro colocado no vestibular, cultivador de buracos, expatriado uns meses por ano, cada vez menos acostumado com o mundo, pseudópodo da grande ameba, olhando pros lados e tropeçando sozinho, com vontade de tocar o mundo, apaixonado ao ponto do ridículo, prometendo não falar mais de si nesse não-lugar.

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