segunda-feira, novembro 28, 2005
seis da tarde de sábado num bar chinelo da lima e silva
Parece só mais uma dessas tardes banais de pequenas frustrações quando de repente do nada a lógica do mundo tem um piripaco por dois, três minutos, se derrete toda do outro lado da tevê, e aí um guri de tranças pega a bola e vai costurando um troço novo no universo sem que ninguém entenda muito bem o que tá acontecendo (especialmente aquele zagueiro tacanha do náutico olhando pro chão na risca da área), e de repente tudo ficou diferente antes que qualquer um consiga entender. E a sensação que fica é que se esse jogo existiu (e se deus não existe) então tudo é permitido. Depois disso tudo pode. E talvez por isso a orgia da festa faça tanto sentido, por menos que devesse fazer à primeira vista. Mas são as horas em que as barreiras se desfazem, os momentos em que o acaso se infiltra na fábrica da existência, e isso há de ser celebrado. Longa vida aos buracos e os pênaltis perdidos.
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