passei as 24 horas de sexta-feira sem checar o meu e-mail. Suponho que isso deva ser um bom sinal. Algo deve estar ficando mais saudável na minha vida.
mas em todo caso é estranho. Até um tempo bem curto atrás checar e-mail era um processo essencialmente prazeroso. Eu me lembro que não faz nem uma década que eu caminhava quilômetros e perdia horas em cidades estrangeiras atrás de uma lanhouse de graça. E que aquilo às vezes era tão ou mais importante do que o mundo lá fora.
talvez porque eu ainda achasse que ainda tinha assunto com alguém naquela época. Ou porque era um tempo onde o tal correio eletrônico de fato servia pras pessoas se corresponderem. Com todas as vantagens da comunicação escrita: o tempo de escolher as palavras, a oportunidade de poder falar por oito parágrafos sem ser interrompido, etc.
aí veio o trabalho. Os yahoogrupos. As notificações automáticas de periódicos científicos. O spam. Os arquivos de powerpoint. E a infernal scrapização da comunicação da internet, que de uma hora pra outra deixou de ser correspondência pra ser mensagem de texto. E checar a caixa de e-mail virou um suplício pra ser aturado todos os dias.
e ainda que o volume de correspondência tenha decuplicado de lá pra cá, a impressão é cada vez mais a de que não tem nada mais sendo dito. OK, eu costumo colocar a culpa nas pessoas por não ter nada pra dizer. Mas acho que talvez os meios disponíveis pra dizê-lo algo hão de ter alguma coisa a ver com isso também.
ainda que provavelmente o maior problema seja só a idade mesmo, que me faz escrever um post rabugento desses à uma da manhã. Aliás, nostalgia dos tempos áureos da internet é o cúmulo da falta de charme: novo demais pras cartas escritas, velho demais pro msn. Como sempre, andamos no limbo. Que aliás me cai muito bem.
Um comentário:
Tenha pensado a mesma coisa, mesmo sendo da era das cartas...
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